sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Sexta-feira - 30 de setembro: Dogão Guerreira (parte 2)

Bom, pra não ser chamada de mentirosa, segue a foto da Dogão apoiada no meu antebraço.

Bjaozao
Folgadona



Folgadoníssima

Sexta-feira - 30 de setembro: Dogão Guerreira

Dogão bebê

Preciso contar, com muito orgulho, o quanto a minha Dorothy tem sido guerreira e forte, me emociona muito... 
Ela ainda não está conseguindo entrar no carro sozinha, então, quando vou pegá-la no colo pra colocá-la, ela já se ajeita toda pra facilitar o "meu trabalho", é impressionante o quanto ela tem colaborado em tudo... Pra limpar os ferimentos ela fica paradinha, sem chorar... Na acupuntura a mesma coisa... Eu só sei que passou o efeito do analgésico, e que ela precisa de mais, quando vejo que ela está tremendo e quando levanta e começa a andar de uma lado para outro porque não consegue encontrar uma posição confortável para deitar... Não a ouço gemer, chorar, reclamar, nada... Ao contrário, a sensação que eu tenho é que o olhar dela tem se tornado mais meigo a cada dia... Essa situação toda só faz eu me apaixonar ainda mais pela minha pequena "Fiona"...

Outra situação, que não sei se me emociona ou se acho graça, é que, quando a coloco no carro, ela espera eu entrar, então deita e coloca a cabeça na minha mão sobre o câmbio, mal consigo trocar as marchas... No primeiro dia em que ela fez isso fiquei com dó de tirar a mão, fui de segunda da minha casa quase até a clínica!! Uma galera me xingou, e eu e a Dogão nem aí!!

Obrigada pelo apoio e força de todos!  

Bjãozão!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Quinta-feira - 29 de setembro: Camisa de Força

A foto que vou colocar em seguida não é bonita... Novamente peço desculpas ao mais sensíveis, mas acho verdadeiramente importante mostrar a evolução dos ferimentos da Dorothy.
A pele dela está soltando aos poucos, e toda a parte de cima vai cair, então, repito, a foto é feia. 
Hoje ela foi trocar o curativo de manhã cedo e a Tia Márcia achou por bem cobrirmos com um Pet Cirúrgico (roupinha própria para pets em recuperação de alguma cirurgia).
Ela até ficou bonitinha (apesar de eu achar que essa roupa parece uma camisa de força), mas coitada, está toda agoniada, nunca consegui colocar roupinha nela, ela sempre arranca, fralda ela comia inteira, mas penso que mais algumas horinhas e ela acostuma...
Continuo recebendo muitos e-mails e não consegui responder a todos, mas, mais uma vez, fica aqui nossos agradecimentos...


Bejãozão,

Helídia e Dorothy



Camisa de força o.O








Dia 27.09.11


quarta-feira, 28 de setembro de 2011

28 de setembro - Divã

Esse é um post de angústia, revolta e desabafo...
Está muito difícil engolir tudo isso pelo que a Dorothy está passando, e se está difícil engolir, digerir é impossível... Há dias estou enjoada!
A cada dia o ferimento parece mais feio. Ouço os veterinários falando que está melhor, tento ver com os olhos deles, mas é muito complicado ver a Dogão literalmente aberta, e achar que vai ficar tudo bem!! Eu sei que vai, eu sei que ela vai ser recuperar, que ela é forte, aliás, está sendo uma guerreira, mas há momentos em que fica muito complicado...
O cheiro do machucado é muito forte, não dou conta de limpar as paredes do apartamento porque, como o ferimento coça muito, ela se bate bastante, e a cada batida dessas é um monte de sangue e secreção que vai para as paredes e chão.
Nossa rotina tem sido bem exaustiva, levantar cedo, trocar curativos, ver o veterinário limpando tudo aquilo e ver o quanto ela sente dor calada, injeções e mais injeções e mais injeções, soro, remédios goela abaixo, mais curativos, pomada...
Hoje a veterinária me falou que em 30 anos de profissão, esse foi o caso mais grave que ela já pegou, de certa maneira isso aumentou ainda mais minha revolta e tristeza.
Em meio a isso tudo muitas pessoas me falam que jamais fariam por um cachorro o que estou fazendo, que isso é um absurdo. Muitas dessas pessoas têm cachorro, penso que elas olham para eles como uma mercadoria com prazo de validade, que elas sabem que no máximo em 15 anos vence, e quando vencer, ela vai lá e compra outra, do mesmo tamanho, modelo, marca, ou até um produto diferente, mas, mais um produto com um prazo de validade a vencer.
Acontece que o prazo da Dorothy não venceu, ela tem só 5 anos, e eu não vou abrir mão de mais 10 ou 12 anos da companhia dela porque algumas pessoas acham que é mais fácil descartar e trocar por um novo.
Desculpem-me o desabafo, mais uma vez, mas realmente estou cansada de ouvir esse tipo de coisa!
Bejaozao!




"Um cão é a única coisa na terra que o ama mais do que ama a sí mesmo." - Josh Billings.

Quarta-feira - 28 de setembro: Dogão no JA

Boa tarde! Segue abaixo o vídeo com a reportagem que foi feita sobre o caso da Dorothy na RBS (emissora local afiliada da rede globo).
É muito triste ver que casos como o dela são mais comuns do que imaginamos!
Mais uma vez obrigada pelo apoio e carinho de todos!






A dona de uma cadela da raça sharpei registrou boletim de ocorrência contra uma clínica veterinária, em Florianópolis, por maus tratos contra o animal. O cão teria sofrido queimaduras graves numa cirurgia.
A cadela Doroty foi levada pela dona para a castração no início do mês. No dia seguinte, a sharpei sofreu uma hemorragia interna e voltou à clínica para uma nova cirurgia. No segundo processo, Dorothy teria sofrido as queimaduras.
— Pelo formato da queimadura, e como ela chegou para a segunda cirurgia em estado de hipotermia, os ferimentos ocorreram no colchão térmico. Foi o único lugar onde isso poderia ter acontecido na clínica — acusou a dona do animal.
A mulher preferiu não se identificar na reportagem da RBS TV. Também não revelou o nome da clínica porque teria sofrido ameaças. Mas procurou um advogado e registrou um boletim de ocorrência. A Polícia Civil está investigando o caso.
RBS TV

Terça-feira - 27 de setembro: Um dia difícil!

De Abajur a Múmia...

Nosso dia hoje não começou muito bem e também não terminou da melhor maneira possível...

Pela manhã levei a Dorothy pra limpar os ferimentos, e como ela já não se alimentava bem há quase dois dias, passou o dia na "creche" (clínica). Precisou ficar um pouquinho no soro, fez acupuntura de novo (como eu falei, ela sempre fica mais tranquila depois da acupuntura), e então começaram os preparativos para a retirada do tecido queimado/morto das costas dela. A tia Márcia precisou partir o tecido para acelerar o processo de cicatrização, e ficou bem feio (coloco as fotos amanhã)... Está muito difícil olhar pra ela assim.

A noite, quando achei que finalmente iríamos descansar, a Dorothy começou a ficar com a respiração pesada, logo, corremos pro plantão da clínica. Ela está com um pouquinho de líquido nos pulmões, que em função de toda a situação é de certa maneira "normal"... Ela já usou um diuréticoe deve acordar melhor amanhã (ou seja, lá vamos nós passar a noite descendo a cada duas horas pra Dogão fazer xixi). Essa vida de mãe solteira não é fácil...

Bom, algo que também tornou o nosso dia mais pesado é que hoje pudemos ver a verdadeira dimensão do ferimento, ela deve ficar com uma cicatriz bem grande em quase todo o dorso, que provavelmente ficará sem pêlos... Mas, não tem estresse... Nós fingimos que a Dorothy é um Schnauzer gigante, fazemos uma tosa bem bonita e fica tudo certo!! Ela vai voltar a ser a Dogão/Fiona/Ogrinha vaidosa com laços na cabeça!!

E pra encerrar, novamente eu quero agradecer! A Dorothy e eu temos recebido muito apoio e carinho de muitas pessoas! Não consigo responder a todos os e-mails e recados, mas, do fundo dos nossos corações, muito, muito, muito obrigada!! O apoio de todos tem me dado muito força!

Um beijo enorme!!

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Agradecimentos, Esclarecimentos e Desabafo

Desde ontem, quando o Blog foi pro ar, já tivemos quase 1000 visualizações. Recebi muitos e-mails, várias ligações e recados, todos sempre muito carinhosos e positivos.
Muito, muito obrigada pela força mesmo! A Dorothy e eu agradecemos de coração! Isso me faz acreditar que ainda existem muitas pessoas boas e que se sensibilizam com dificuldades e "dramas" alheios.

Várias pessoas me perguntaram o nome da Clínica e da Veterinária que fizeram isso com a minha Dogão, expliquei o mesmo para todas, por questões legais, no momento, ainda não podemos anunciar, mas, advogados estão tomando todas as  medidas necessárias para que uma denúncia possa ser feita da maneira correta, e então outros animais não tenham que passar pelo mesmo que a Dorothy está passando.

Por último queria dizer que, como vários amigos meus colocaram, só quem tem um cãozinho sabe o que estou sentindo. Ouvi de várias pessoas: é só um cão, porque você está perdendo tanto tempo com isso? 
Ok, não sou daquelas pessoas que humanizam um cachorro, ou que chama pra "brincar com a mamãe", mas, vale lembrar que ela não pediu pra vir pra minha casa, eu fui atrás dela para comprá-la, e agora que eu a trouxe, tenho responsabilidade sobre o seu bem estar, ela confia em mim, e está passando por um momento muito difícil, em que somente eu posso ajudá-la, ela não tem como se virar sozinha e ir até a clínica trocar os curativos, ou colocar o celular pra despertar pra lembrar de tomar os remédios.

Mais uma vez muito obrigada, muito obrigada mesmo pela força, apoio e carinho!

Beijãozão,

Helídia e Dogão


OBRIGADA!!

26 de setembro - Segunda-feira - Dogão: uma "doce cãzinha"

Bom, complementando o post de ontem, em que eu falei que o ferimento não pode ser fechado, existem alguns casos em que pode e deve, e foi exatamente isso que a Dra Marcele fez.
Levei a Dogão pra limpar os ferimentos ontem a noite no plantão da Lovely Dog, e digo: ainda bem que existem pessoas em condições de fazê-lo, eu não consigo nem olhar para aquele monte de machucado, está com bastante secreção, e como tem necrose no tecido, o cheiro é muito forte.
A Dorothy estava mais abatida, há dois dias não comia direito, ficava andando de uma lado pro outro porque não conseguia encontrar uma posição confortável pra deitar (imagine o quanto isso tudo dói), pensei que ela teria que ficar internada.
Mas então a veterinária aplicou um analgésico, fez acupuntura (vou fazer um post sobre isso depois, está sendo muito bom, a Dorothy volta bem melhor pra casa no dia em que faz a acupuntura), e fez uma limpeza que, nossa, só a Marcele pra ficar mexendo daquele jeito (ela cortou um monte de tecido morto, ficou bem mais exposto, mas a Dogão se sentiu bem melhor depois).
Acupuntura, e mesmo com dor, ela se comportou demais com esse monte de agulhinhas.

Os veterinários explicaram que esse tecido necrosado precisa ser retirado para que a Dorothy consiga combater a infecção, enquanto tiver pele morta vai continuar tendo colônia de bactérias, então, já adianto que as fotos dos próximos dias devem ficar ainda mais "feias" (feias pra nós, a veterinária acha lindo, segundo ela sangue é sinal de vida e de que a Dorothy vai ficar bem, então tá né...).
Depois de feita a limpeza eles fizeram algo muito bacana e que teve um resultado muito bom: Encheram os ferimentos da Dogão com açúcar cristal. Na hora eu fiquei desesperada (parecia sal grosso e que iriam colocar meu cachorro num espeto), mas hoje de manhã quando vi como ajudou, fiquei muito, muito agradecida. Dai fui pesquisar: o açúcar tem ação antibiótica e ajuda na granulação do tecido, acelerando o processo de cicatrização.
Depois disso, enfaixaram a Dorothy, então é nesse momento que eu falo, não é bacana cobrir um ferimento dessa dimensão, mas no caso, a medida exigia a bandagem. 
Tratando os ferimentos com Açúcar Cristal, e não é que ajudou muito!?!?

domingo, 25 de setembro de 2011

25 de Setembro - Domingo - Cabeça de Abajur

Fala a verdade, mesmo com cabeça de abajur ela é lindona...

Cabeça de Abajur - 25 de setembro - Domingo


Algumas pessoas me perguntaram sobre o ferimento, porque não faço curativos fechados ou porque não dei pontos... Bom, como foi uma queimadura muito grave e que ainda está muito infeccionada fechar ou cobrir é ainda pior e dificulta o processo de cicatrização.

Como algumas outras pessoas me pediram para vê-la, abaixo um vídeo mostrando como ela está, gravei hoje, assim como as fotos ele é um pouco feio, então cuidado...

Lembro ainda que ela não está tocando a patinha no chão também por conta da queimadura.

Obrigada pelo apoio e carinho de tantos...





Ela acreditava em anjos, e porque acreditava, eles existiam (Clarice Lispector)

Como nem só de pessoas más e incompetentes é feito o mundo, fica aqui também o meu carinho e eterno agradecimento aos anjos que estão me ajudando a cuidar da minha dogão:
Dra Márcia, Lu, Nery e Dra Marcele, todos da Clínica Lovely Dog: a vocês toda a minha gratidão pela carinho e compaixão com que vocês tem tratado a Dorothy.
Cynthia amiga/irmã, obrigada pelo apoio em todos esses dias de "surto e desespero".

Sobre o atual tratamento da Dorothy, ela está tomando dois tipos diferentes de antibióticos (um injetável e outro oral), analgésicos, remédio para tratar a anemia, suplemento para aumentar a imunidade, e dois remédios para o estômago, a coitada não aguenta mais tomar injeção e ter a boca aberta a força pra engolir os remédios. Hoje ela fez uma sessão de acupuntura, e agradeço muito a Marcele pela sugestão, ela voltou pra casa mais tranquila, e aparenta estar com menos dor.



Ela tem ido duas vezes ao dia na clínica para limpar os ferimentos, que continuam abrindo, afinal a queimadura foi muito extensa, mas vai ficar tudo bem, com algumas cicatrizes, mas bem, como diz um amigo que eu adoro: "Marcas da Vida Dogão, marcas da Vida".

Por que este Blog? Dia 24 de setembro, sábado.

Alguém pode me perguntar: Ok, mas por que expor tudo isso, o que você ganha?

Primeiro: Proteção, indireta, mas proteção. Fui ameaçada quando falei que iria prestar queixa e que faria uma denúncia contra eles (veterinária e clínica), então estou deixando aqui bem clara essa ameaça.

Segundo e mais importante: Para que o máximo de pessoas e veterinários possível veja o que um ato irresponsável pode fazer. As pessoas precisam ser mais cuidadosas com seus atos. Precisam saber que todo ato tem uma consequência, que não se pode maltratar um animalzinho dessa maneira, seja por dolo ou culpa, e sair rindo, como se nada tivesse acontecido.

Falei para vários pessoas e repito: Se você não tem competência para fazer algo, ainda mais lidando com vidas, não o faça. Não brinque de ser médico, veterinário, enfermeiro, fisioterapeuta, farmacêutico, enfim, não aja dessa maneira com a vida de outro ser, seja ele humano, um cachorro, gato, passarinho, qualquer que seja. Animais sentem dor, ficam tristes, e precisam ser cuidados.

Quando comprei a Dorothy eu sabia que teria um "serzinho" sobre minha responsabilidade pelos próximos 15 anos pelo menos. Sabia que estava "adotando" mais um membro pra minha família, alguém que precisaria de mim, e que confiaria em mim para cuidar dele.

Para essa veterinária, bem como para várias outras pessoas, é só mais um cão. Para mim, é a Dorothy! É minha fiel, leal e amorosa companheira, que mesmo com o dorso todo queimado e machucado, balança o rabo quando me vê, que mesmo machucada fica feliz quando vai passear, que está nesse momento com dor, sofrendo, mas deitada nos meus pés, me fazendo companhia.

Por que faço essa denúncia em público? Porque precisamos ser mais humanos, ter mais cuidado com tudo o que fazemos, e aprender de uma vez por todas que quando agimos com cuidado, respeito e conhecimento, os bons resultados são certos, mas, quando agimos de maneira contrária, acontece o que aconteceu a minha "cãzinha".





A queimadura - 19 a 24 de setembro

As fotos que vou colocar a seguir são bem chocantes. 

Como eu disse antes, quando a Dorothy saiu da segunda cirurgia, vi que seu pêlo estava amarelado e duro, contudo eu jamais iria imaginar uma queimadura, ainda mais dessa extensão.

Minha Dogão está com o dorso todo queimado, segue laudo do médico veterinário do Bem Estar animal de Florianópolis:
"... animal por mim examinado apresenta uma lesão que se estende da parte dorsal direita da região sacral, passando pela parte caudal e se prolongando até a lateral esquerda da mesma região. Tal lesão apresenta descolamento da pele com necrose e sinais de infecção secundária, sendo compatível com lesão por queimadura. Também apresentou lesão por queimadura nos coxins plantar e digitais do membro pélvico direito."

Por que eu levei a Dorothy até o Bem Estar Animal? Pra fazer um Boletim de Ocorrência e prestar queixa contra a Veterinária e contra a "Clínica" onde ela foi operada/torturada. Na manhã do dia em que fui até o Bem Estar Animal (quinta-feira, dia 22), eu levei a Dorothy até a Clínica onde ela fez a cirurgia, queria mostrar pra Veterinária o que ela havia feito, pelo menos para que ela aprendesse com o próprio erro e nunca mais fizesse algo parecido. Ela olhou pra Dorothy, começou a rir (SIM, ela RIU do meu cachorro) e falou que quando ela saiu da clínica há duas semanas ela não estava daquele jeito. É óbvio que não, levou uma semana para a infecção aparecer e eu descobrir o que era aquele amarelado, que ela havia me dito que era "só sujeira da cirurgia". Se ela tivesse dito o que aconteceu, eu poderia ter tratado a Dorothy em tempo de a infecção não tomar as proporções que tomou (há dois dias a infecção estava tão feia que chegaram a "me preparar" para um possível sacrifício do meu animalzinho, mas agora está fora de questão).

E os donos da clínica? Levei uma foto da Dorothy pra eles, coloquei no verso o valor que eu havia gasto do dia da primeira cirurgia até aquele momento. O que eles fizeram? Ameaçaram entrar com um processo por danos morais, afinal, eu os estou difamando, isso tudo é mentira. A Dorothy não foi queimada lá, imagine, um colchão térmico jamais faria isso. Claro que não, um colchão térmico sozinho jamais, um colchão térmico e descuido das pessoas que o operavam, SIM.


Como isso aconteceu? Minha hipótese (que precisa ser confirmada pela polícia):
- Como a Dorothy chegou para a segunda cirurgia (aquela decorrente da hemorragia da primeira cirurgia mal sucedida) em hipotermia (estava com 33 graus de temperatura), ela foi colocada num colchão térmico. Acontece que, ela ficou deitada durante toda o procedimento cirúrgico sobre esse colchão (cerca de uma hora e meia), e durante a cirurgia, como ela estava com hemorragia, a veterinária teve que lavá-la por dentro pra poder limpar bem (seja com água ou com soro, não sei), essa água/soro escorreu pra cima do colchão (prova está que aquele amarelado no pêlo dela era "sujeira da cirurgia"), que aquecida, cozinhou a Dorothy. 

Abaixo fotos da minha Dogão até o dia de 24 de setembro, como falei, são fotos fortes, pesadas, então, cuidado ao ver:









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sábado, 24 de setembro de 2011

Uma semana de recuperação e recaída - 12 a 16 de setembro

Essa semana começou um pouquinho melhor pra Dorothy. 

Ela fez as injeções com antibióticos e analgésicos por mais dois dias, e então na quarta parou com os antibióticos, já estava um pouco mais animadinha e comendo melhor.

Na sexta-feira ela voltou para tirar os pontos. Perguntei pra Veterinária se dava pra ela tomar banho, porque ela estava com o pêlo na parte traseira meio "pegajoso", ela disse que achava melhor esperar mais uns diazinhos, afinal ela ainda estava dolorida da cirurgia, sábio conselho.

No mesmo dia observei umas casquinhas na pele dela, imaginei uma dermatite, afinal, o sistema imunológico dela estava muito abalado com todo o estresse que sofreu nos últimos dias, então tratei com um spray que uso para esse tipo de situação.

Eis que no sábado começou a abrir uma feridinha em cima da coxa esquerda, no domingo aumentou (dobrou de tamanho), e quando acordei na segunda-feira, essa feridinha havia se transformado em um corte que ia de um lado ao outro do tronco dela, passando por cima do rabo, estava com muita secreção, super infeccionado e muito, muito aberto. Então descobri que aquela "sujeira da cirurgia" era na verdade uma queimadura. Aquela Veterinária, que fez a castração na qual as complicações surgiram, que não ralizou a transfusão de sangue quando necessário, que deixou a Dorothy passar a noite inteira em cima de uma toalha molhada, provavelmente ainda foi responsável por uma queimadura de terceiro grau em todo o dorso da Dogão.

A transfusão - dia 8 de setembro

Como eu falei antes, troquei a Dorothy de clínica: Atitude mais acertada de toda a minha vida.

Assim que cheguei na nova clínica, a "Veterinária Anjo" levantou a bochecha da Dorothy pra ver: a mucosa dela não estava rosa clarinho, estava branca, completamente branca, meu cachorro estava praticamente sem sangue. Na mesma hora a nova veterinária me mandou ir em Palhoça buscar uma bolsa de sangue para fazer a transfusão, enquanto isso a Dogão ficaria internada e faria uma ultra-sonografia para ver como estavam as "coisas lá por dentro".

Peguei o sangue, quando voltei ela já havia feito o exame, graças aos céus, a Deus, a São Francisco, não sei, pelo menos lá dentro estava tudo bem...

A Dorothy recebeu meio litro de sangue naquele dia, e voltou pra casa. No dia seguinte a levei de volta para tomar mais sangue. E ela novamente voltou pra casa a noite, sexta-feira.

No sábado eu a levei na clínica novamente, ela tomou mais soro, já que não estava se alimentando bem e estava anêmica. Nesse dia ela começou a mancar.

Pensei que estava mancando por causa de alguma injeção, afinal, tadinha, tomou tanto injeção que eu imaginei que estava meio dolorida. Contudo, quando a levei pra fazer xixi na rua, vi que no momento em que ela pisou nas pedrinhas do parque ela começou a mancar ainda mais, a partir desse momento ela não tocou mais a pata direita traseira no chão (até agora, dia 24 de setembro). Levantei a pata dela pra ver: As almofadinhas estavam queimadas.

Foto tirada hoje, dia 24 de setembro, imagine como estava no dia  10


Nessa noite ela vomitou três vezes. Quando vasculhei o que ela havia vomitado (ossos do ofício) vi que tinha algo preto e duro, levantei a patinha dela, ela já havia perdido duas almofadinhas, que ela engoliu e acabou vomitando depois.

No domingo a Dorothy conheceu outro anjo que a está tratando até hoje também, Dra Marcele, que aplicou todos os remédios, limpou a a patinha e receitou uma comida que ela finalmente aceitou.

Contenção da Hemorragia - dia 6 de setembro



No dia seguinte a primeira cirurgia a Dorothy voltou para um segundo procedimento: Conter uma hemorragia decorrente do procedimento anterior, o qual, aparentemente, foi mal secedido.

Segunda cirurgia feita, segundo a veterinária, tudo ocorreu bem... A preocupação dela nesse momento (pós-cirúrgico) era encontrar uma justificativa para o que aconteceu: - Seu cachorro pulou no sofá? Não, eu não tenho sofá na minha sala. Subiu escadas? Não, subi com ela no elevador e no colo. Então subiu na sua cama? Não, eu tenho alergia, não deixo a Dorothy subir na minha cama nunca, ainda mais numa situação como essa, mas sim, ela tropeçou bastante, e pelo que você havia me falado, isso era normal, da anestesia.

Quando cheguei para vê-la depois do segundo procedimento, ela estava muito caidinha (óbvio), e com o pêlo bem duro e amarelado, mas de acordo com a veterinária, isso era normal, era só "sujeira da cirurgia". Depois de duas semanas descobri que aquilo não era sujeira e muito menos "normal". 

Como ela havia perdido muito sangue, perguntei sobre a necessidade de uma transfusão, ela me disse que tinha feito um exame e não seria necessário.

Bom,  a Dorothy passou dois dias internada,  eu fiquei preocupada com essa internação, afinal, ela ficaria sozinha a noite, sendo que na clínica não ha ninguém que fique com os cães internados durante a noite, isso porque a noite os cães não passam mal, eles esperam até o horário comercial pra sentir alguma coisa... Mais uma vez ouvi: Posso passar a noite com ela, cobramos uma diária noturna (acho que era esse o nome) se você quiser que eu fique, mas posso garantir, ela vai ficar bem, todos os nossos cães ficam sozinhos a noite, nunca aconteceu nada. Garantias e mais garantias.

Ela passou dois dias bem ruinzinha, a alimentação era forçada, ela mal caminhava, mas isso é normal, ela passou por duas cirurgias, ok!

Na quinta-feira pela manhã quando cheguei para vê-la fiquei muito irritada, ela estava pior do que quarta quando fui vê-la. O que me deixou ainda mais enlouquecida (sim, eu surtei) foi que a caminha dela (um papelão com uma toalha por cima) estava completamente molhada. Na mesma hora saí de lá e fui até outra clínica (que foi muito bem indicada) e perguntei pra veterinária se ela teria condições de receber a Dorothy. Ela ficou um pouco receosa, pegar um animalzinho que está sendo tratado por outra pessoa é anti-ético, e eu concordo, mas eu também deixei bem claro: Preciso de ajuda senão a Dorothy vai morrer e eu não vou deixá-la naquele lugar.

Tirei a Dorothy de lá, depois de assinar um termo me responsabilizando por isso, termo que eu levei comigo, sim, eu estava tão indignada porque a única preocupação da veterinária era encontrar justificativa pro ocorrido que não a própria cirurgia, que acabei não deixando mais nada assinado naquele lugar.


A Castração - dia 5 de setembro

Dia 4 de setembro - Véspera da Primeira Cirurgia


Por que você vai castrar a Dorothy, ela é tão linda, não vai tirar nenhuma ninhada? 
A resposta é sempre a mesma: Eu moro em apartamento, não tenho como cruzá-la, e a castração é uma maneira de mantê-la saudável e aumentar a expectativa de vida. 

* Quando castrados, tanto machos quanto fêmeas, têm menores chances de desenvolver tumores e infecções nos órgãos reprodutivos, doenças comuns em cachorros. A cirurgia de castração, QUANDO REALIZADA POR PROFISSIONAIS COMPETENTES, é simples, em uma semana o animalzinho já está recuperado, e os desconfortos são mínimos.

No dia 5 de setembro levei a Dorothy para cirurgia de castração e limpeza dentária. Ela passou pelo procedimento, que de acordo com informações prévias da veterinária que a atendeu, levaria uma hora e meia no máximo, até o momento não sei porque o procedimento levou duas horas e meia.

No final da tarde, depois de passar o dia em observação, levei a Dorothy pra casa. Ela estava apática, sonolenta, e tropeçando, garantiram que isso é normal, acontece por conta da anestesia, sendo que optei pela anestesia inalatória justamente porque me falaram que esses efeitos colaterais seriam reduzidos, e que após poucas horas ela já estaria bem.

Chegando em casa, a Dogão continuou assim por horas, ela tropeçava o tempo todo, estava inquieta, deitava um pouquinho, levantava, deitava de novo... Passei a noite acordada com ela, 5h30 da manhã a frequencia respiratória dela havia aumentado muito, ela estava passando muito trabalho pra respirar, tinha feito xixi deitada (ela nunca fez xixi dentro de casa antes, ainda mais deitada), e estava gelada, muito gelada.

Liguei pra Veterinária cerca de 6h, expliquei o caso, e ela me disse que era normal, que alguns cãezinhos demoram mais até se recuperar da anestesia, mas que eu poderia levá-la até a clínica, contudo, eu deveria estar ciente de que ela cobraria uma consulta de plantão: MEU CACHORRO ESTAVA ENTRANDO EM CHOQUE, e a preocupação dela é se eu havia entendido que haveria um valor adicional por ela ter que ir mais cedo pra clínica.

Cheguei às 7h, ela havia me falado que chegaria em 40 minutos, isso quando falei com ela pela segunda vez às 6h30, ou seja, no máximo 7h10 ela deveria estar na clínica. Chegou quase 8h. Nesse momento a Dorothy já não ficava mais acordada direito, abria e fechava os olhos como quem está prestes a dormir, continuava muito gelada, e respirando com muita dificuldade. Então, a veterinária realizou uma punção no abdômen da Dogo: seringa cheia de sangue - Hemorragia Interna. E a Dorothy volta pro centro cirúrgico. 

Muito Prazer, Dorothy!

A Dorothy é minha cachorrinha, da raça Sharpei (embora pareça uma mutante - bear coat, flowered), tem cinco anos, está comigo desde os três meses.
Eu comprei a Dogão pela internet. Quando vi as fotos dela no site do canil foi amor a primeira vista - ela tinha uma cara de tansa, affffeeeeee, liguei na mesma hora, alguns dias depois ela estava na minha casa.
Foto do site: Dorothy com 87 dias

Sempre gostei de cachorro grande, quando escolhi um Sharpei procurei o maior cão que eu poderia ter em um apartamento: escolha mais do que acertada, o Sharpei é demais.
Como todo Sharpei, a Dogão é super reservada e um tanto quanto "antissocial". Quando não conhece a pessoa que está "adentrando o seu território" ela não deixa essa pessoa entrar, contudo se a mesma estiver com uma bisnaguinha nas mãos, pronto, conquistou o coração da minha cadelinha vendida!
Em resumo, a Dorothy Ogrinha é dorminhoca, preguiçosa, mau-humorada, carente (parece uma sombra às vezes), balança o rabo quando está contente, enche o saco quando quer brincar, faz cara de gato de botas quando quer alguma coisa, enfim, um cachorro normal, como qualquer outro cachorro, mas pra mim, é a minha Dorothy, perfeitamente ranzinza e feita sob medida!